- Quinta-feira, 08 Outubro 2020
Jorge Alves, o atual Presidente da AP Coimbra deixa esta pergunta no ar.
Com o desporto de formação parado e sem competição haverá espaço para os Clubes a médio prazo.
Jorge Alves deixa uma nova de reflexão sobre a atualidade desportiva, no que a formação diz respeito, aponta o dedo à forma como toda a problemática tem sido tratada, deixa a sua opinião, mas acima de tudo fica aqui expresso a preocupação de um dirigente que procura encontrar espaço e as condições spara que os jovens atletas possam fazer aquilo que gostam- competir. Sem isso, e segundo Jorge Alves, o futuro é nebuloso com as perguntas a srem mais que as respostas.
Deixamos aqui, e na integra o documento que o Presidente da AP Coimbra publicou na página de facebook da Associação.
“DESPORTO DE FORMAÇÃO SEM COMPETIÇÃO
CLUBES SEM FUTURO!
A competição em qualquer atividade desportiva é fundamental para permitir a progressão e para criar interações fundamentais para o desenvolvimento de qualquer atleta, seja qual for a atividade desportiva em causa.
Ao nível dos desportos patinados, nomeadamente no Hóquei em Patins e face às atuais orientações da DGS, os Clubes e as Associações Regionais, são confrontados com uma realidade desportiva, que não permite a realização dos Campeonatos Regionais.
Em todos os clubes, a Formação é a base de sustentação dos mesmos, quer ao nível desportivo (alimentando as equipas de Séniores com atletas), quer ao nível financeiro (a receita gerada pelas mensalidades /anuidades dos atletas, permite fazer funcionar toda a estrutura desportiva dos Bambis aos Séniores).
A atividade desportiva formativa é fundamental para que muitas crianças e jovens por este país fora, pratiquem desporto e estejam ocupados, no período pós aulas.
As equipas de formação contribuem ainda para a dinamização da economia local em muitos Concelhos, pois as deslocações dos atletas são asseguradas pelos pais dos mesmos nas suas viaturas (consomem combustível) e nas deslocações almoçam nos restaurantes, pastelarias, cafés das localidades, onde decorrem os jogos dos seus filhos.
Não se compreendem as atuais orientações da DGS, que as Federações tiveram que acatar, adotando Regulamentos e Planos de Contingência adequados.
O regresso às aulas deveria significar também o regresso à atividade competitiva Regional para muitas crianças e jovens! Assim não será!...
O treino é importante, mas a competição também tem o seu papel. Com regras sanitárias muito claras, sem público e observando todas as normas necessárias que não atribuam para o aparecimento de surtos de COVID-19.
Mas as atuais orientações da DGS na área desportiva, não podem contribuir para acabar com muitos Clubes Desportivos e Amadores na sua essência, cujos dirigentes são pais e mães de atletas e que se não vieram a ter competições Regionais, verão muitos dos seus atletas abandonarem a prática desportiva (só treinos não chega) e a curto prazo nem equipas séniores existirão!...
A prática desportiva é essencial para o crescimento e equilíbrio pessoal das nossas crianças e jovens. Temos que estar atentos a atuantes.
O evoluir desta pandemia, deve-nos merecer respeito, mas não medo. Não podemos permitir que os nossos clubes de formação fechem.
Pede-se a quem tem de regulamentar, bom senso e orientações claras, que não ponham em causa o futuro da competição e dos clubes de formação!
Jorge Alves – Dirigente desportivo voluntário (Associação de Patinagem de Coimbra e pai de atleta de Hóquei Patins e de Árbitro de Hóquei em Patins.)”